Desde o nascimento, a criança começa a conhecer-se a si
própria e ao mundo em que vive através do seu corpo e das interacções que
estabelece com as pessoas que a rodeiam. Assim, cabe à família o papel
primordial da educação da criança, sendo indiscutível que as outras interacções
se revelam alicerces para tudo o que é apreendido no seio do agregado
familiar. A família deverá proporcionar liberdade à criança para que esta possa
explorar o meio e relacionar-se com outras crianças, tornando-a mais autónoma e
segura. Como psicóloga, tomo a liberdade de vos sugerir que recorrer ao
infantário poderá ajudar-vos nessa tarefa.
A função da educação consiste em gerar e criar o desenvolvimento,
pelo que as creches e jardins-de-infância em muito contribuem para a promoção
das competências cognitivas, emocionais e sociais da criança, através da
interacção activa com educadores, com outras crianças e com materiais
cuidadosamente escolhidos (1).
As crianças que frequentam este tipo de instituições tendem
a revelar melhores níveis de quociente intelectual (Q.I), a se expressarem mais
facilmente e a apresentar mais energia e motivação para aprender, prevenindo o
insucesso escolar.
Ao nível emocional e social, estes centros de aprendizagem
parecem tornar as crianças mais sociáveis, cooperativas e atenciosas, com maior
capacidade de adaptação a situações novas, mostrando mais persistência e
auto-confiança. Alguns estudos revelam ainda que a frequência em infantários
previne efeitos negativos no comportamento que podem surgir apenas na
adolescência, tais como depressão e ansiedade, agressividade e baixa
auto-estima (2).
Se pensarem na influência que exercem sobre a criança,
parece evidente a importância de uma partilha da acção educativa entre a escola
e a família, representando critérios de qualidade de uma creche e
jardim-de-infância a participação dos pais nas actividades escolares e o
auxílio das instituições no aperfeiçoamento das práticas parentais dos mesmos.
(1) Dolto, F. (1999). Profissão: Pais - O
papel dos pais no desenvolvimento da criança e da sua identidade. Lisboa:
Pregaminho.
(2) Feldman,
R. D., Olds, S. & Papalia, D. (2001). O Mundo da Criança. (8ª
edição). Nova Iorque: McGraw - Hill.
Cláudia Pereira
Psicóloga
tel. 919 247 417
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